Para todos os fenômenos da vida
humana, há sempre uma razão de ser. No dicionário Espírita, não deve constar a
palavra “acaso”, ainda que as situações se nos afigurem insuportáveis.
A
tragédia, como a de Santa Maria/RS nos expõe, de maneira evidente, um episódio de resgate
coletivo.
A Doutrina Espírita tem as explicações prováveis,
considerando que, nos Estatutos de Deus, não há espaço para injustiça.
Segundo os Espíritos:
“Se há males nesta vida cuja causa primária é o
homem, outros há, também, aos quais, pelo menos na aparência, ele é
completamente estranho e que parecem atingi-lo como por fatalidade. Tal, por
exemplo, os flagelos naturais.”
“Aquele, pois, que muito sofre deve reconhecer que
muito tinha a expiar e deve regozijar-se à ideia da sua próxima cura. Dele
depende, pela resignação, tornar proveitoso o seu sofrimento e não lhe estragar
o fruto com as suas impaciências, visto que, do contrário, terá de recomeçar.”
Em verdade, "as grandes provas são quase sempre um indício de um
fim de sofrimento e de aperfeiçoamento do Espírito, desde que sejam aceitas por
amor a Deus”.
É bem verdade que as catástrofes naturais ou acidentais, como a do Haiti, vitimam milhares de pessoas. Nesses episódios, as imagens midiáticas, virtuais ou impressas, mostram-nos, com colorido forte, o drama inenarrável de inúmeras pessoas, enquanto a população recolhe o que sobrou e chora seus mortos.
Os flagelos destruidores ocorrem com o fim de fazer o homem avançar mais
depressa. A destruição é necessária para a regeneração moral dos Espíritos, que
adquirem, em cada nova existência, um novo grau de perfeição.
"Esses
transtornos são, freqüentemente, necessários para fazerem com que as coisas
cheguem, mais prontamente, a uma ordem melhor, realizando-se em alguns anos o
que necessitaria de muitos séculos.”
Dessa maneira, esses flagelos
destruidores têm utilidade do ponto de vista físico, malgrado os males que
ocasionam, "pois eles modificam, algumas vezes, o estado de uma região;
mas o bem, que deles resulta, só é, geralmente, sentido pelas gerações
futuras.”
Aquele que se compraz na caminhada pelos atalhos do mal, a própria lei
se incumbirá de trazê-lo de retorno às vias do bem. O passado, muitas vezes,
determina o presente que, por sua vez, determina o futuro.
Porém, cabe a ressalva de
que nem todo sofrimento é expiação. No item 9, Cap. V, de O Evangelho Segundo o
Espiritismo, Allan Kardec assinala:
"Não se deve crer, entretanto, que
todo sofrimento porque se passa neste mundo seja, necessariamente, o indício de
uma determinada falta. Trata-se, freqüentemente, de simples provas escolhidas
pelo Espírito para sua purificação, para acelerar o seu adiantamento."
Baseado no texto de Jorge Hessen
Abraços fraternos
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